Biosofia nº 37

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ENTRE O CÉU E A TERRA

Cosmogénese Oculta

Esta é a segunda parte do artigo publicado nesta secção no número anterior da Biosofia. A Ciência moderna reconhece apenas a existência de fenómenos físicos observáveis, seja através dos órgãos sensoriais de que dispomos, seja por intermédio dos dispositivos que construímos para extensão dos mesmos (telescópios, radiotelescópios, microscópios ópticos e electrónicos, sonares, radares, ressonâncias magnéticas, Tacs, Pets,[1] Ciclotrões, etc.) e dedica-se exclusivamente ao estudo destes fenómenos e da descoberta de comportamentos e Leis universais que possam ser inferidas de dados experimentais ou de observações efectuadas. A ciência recusa-se a admitir a existência de tudo aquilo que não possa ser medido, observado, previsto, como sejam os fenómenos nos domínios supra físicos e espirituais. Algo só existe se puder ser verificado experimentalmente, medido, testado, antecipado. No entanto, apesar da imensa popularidade das ciências físicas e da sua inquestionável importância no desenvolvimento das sociedades, passadas, presentes e futuras, as suas certezas são sempre transitórias e outras convicções mais fortes que as anteriores rapidamente tomam o seu lugar. A Mecânica Quântica sustenta que o Observador, o Observado e o Processo de Observação são interdependentes. O método de medida é pois um processo subjectivo e altera o observado. Aquilo que vemos e medimos depende daquilo que observamos, da forma como o fazemos e … perguntamos nós, será que também daquilo que procuramos? Não será que a procura é a essência da materialização do universo que construímos?    “… a energia segue a mente”  Helena Petrovna Blavatsky   Olhamos à nossa volta e que vemos? Vemos edifícios, estradas, carros, comboios, aviões supersónicos, electrodomésticos, telemóveis, microprocessadores integrando milhões de componentes que executam biliões de instruções por segundo e que equipam os computadores com que “navegamos” na Internet ou que controlam o consumo dos automóveis, naves espaciais com que vamos à Lua e enviamos mensagens para o espaço exterior, dispositivos de visão nocturna que fazem da noite dia, fibras ópticas quer transportam energia electromagnética até nossas casas, satélites que vigiam o planeta … e também o quintal do vizinho, telescópios que perscrutam os confins do universo em todas as bandas de frequências desde as ondas de rádio aos raios X, lentes de contacto que fazem verdes os olhos castanhos de quem as usa, raquetes de ténis ou bicicletas feitas de fibras de carbono de alta resistência, ciclotrões que atingem energias tais que dizem simular os primeiros instantes do universo ou, muito simplesmente, a simples tanga do aborígene australiano, tudo é criação da mente e foi primeiramente pensado antes de ser plasmado na substância, enquanto energia condensada. No nosso mundo, o tempo que decorre entre o pensamento e a sua eventual manifestação física pode ser mais ou menos longo mas, em última análise, sem a presença da mente/ consciência que caracteriza “o pensador” não há criação, que é como quem diz, neste mundo físico, sem actividade eléctrica cerebral e neurotransmissores não há mundos ou universos para percepcionar, pelo menos tal como nós os conhecemos. Noutros reinos, onde a substância não seja tão difícil de moldar como no plano físico, é bem provável que o pensamento e a sua manifestação sejam quase simultâneos. Estamos em crer que, nesses mundos mais dinâmicos “onde a energia segue de imediato a mente”, os paradigmas científicos e as verdades sucedem-se a um ritmo bem mais acelerado do que no nosso mundo. Aí, não será necessário aguardar que a Natureza faça os autores das “verdades vigentes” saírem de cena para que outras “verdades” tomem o seu lugar. Há fenómenos não explicáveis pelas Ciências Físicas que mostram que há realidades que escapam ao rigor do método Científico. Entre outros, a experiência de Aspect, realizada em 1982, veio mostrar que há interacções entre partículas que não são explicáveis pelos mediadores de força conhecidos (fotões, gravitões, gluões e W+;W- w Z0, partícula de Higgs)[2]e que a não-localidade [3] dos fenómenos quânticos obriga a uma comunicação instantânea entre objectos, contrariando um dos postulados fundamentais da Teoria da Relatividade, ou seja, a constância da velocidade da luz cujo valor é, actualmente, aproximadamente igual a 300 000 km/ seg; que se passa com os 96% de matéria e energia do Universo que desconhecemos em absoluto? O que é a vida nas suas mais diversas manifestações? O livre arbítrio é real, ou apenas uma ficção que nos ajuda e tem aplicação no mundo real? Somos nós que fazemos planos para a vida, ou é esta que tem planos para nós? A Antiga Sabedoria, mais abrangente nos seus domínios de estudo, embora não tão focada no pormenor, reconhece e sustenta a existência de domínios metafísicos e centra-se primariamente na descrição e compreensão destes últimos como forma de entender o mundo físico, objecto primeiro do estudo da Ciência. Este ponto de vista da Antiga Sabedoria considera a metafísica como sendo dos domínios do espírito e da alma. Sustenta ainda que a metafísica é mais fundamental e primordial, e que o mundo físico não é mais do que uma mera forma transitória de existência, gerada pelos domínios metafísicos. Considera o númeno como causa do fenómeno, ou seja, o invisível Imanifesto como fonte do visível manifesto. Para a Prístina Sabedoria, o mundo físico não é o único que existe nem o mais importante, e nem sequer está separado das suas causas, o mundo metafísico dos númenos; é sim, um aspecto visível do invisível metafísico. Posto de outra forma, e como David Bohm[4] também defendeu, há, pelo menos, dois tipos de ordem no Universo: a ordem explícita, visível e perceptível nos fenómenos do mundo que nos rodeia, e a ordem implícita, que está por detrás e é a causa da primeira, ou seja, do limitado Universo que percepcionamos. A ciência física tradicionalmente ocupa-se apenas da ordem explícita, a mais externa e aparente ordem físico-estrutural da matéria e da energia. A Antiga Sabedoria reconhece e sustenta que essa ordem explícita, a única que é objecto de estudo da ciência, é a expressão externa dessa outra ordem mais interna, fundamental e menos óbvia, a que David Bohm chamou de ordem implícita. A certeza de que o universo físico emerge de um domínio interno não físico, espiritual, inacessível aos sentidos, é o ponto central dos ensinamentos Ocultos. Através das idades, os mestres espirituais têm testemunhado e transmitido aos vindouros a existência de tais domínios invisíveis e não materiais que, segundo eles, são de natureza divina. Estes domínios, a que chamam divinos, são a verdadeira essência da realidade, e o Universo observável não passa de uma das muitas manifestações periódicas da essência do Ser, D’AQUILO, do incomensurável ESPAÇO Abstracto, entendido como Substância, Consciência e Vida; que se desdobra de cima para baixo, de dentro para fora, dos domínios espirituais para o domínio da matéria grosseira e mais além, e que, nesse desdobramento, os mundos se interpenetram. Há mundos dentro de mundos, coisas dentro de coisas, seres dentro de outros seres. Somos companheiros de parceiros invisíveis, de entidades que estão ao nosso redor e em nós, tal como nós estamos neles, com eles e à volta deles.                   Parabrahman e Mûlaprakriti   Em Teosofia, Parabrahman e o seu véu cósmico Mûlaprakriti são considerados como os dois lados de uma mesma moeda e significam a expansão ilimitada de espaço e tempo do nosso próprio universo, para lá de Brahman e do seu véu Pradhana. Parabrahman representa o lado de Consciência, e Mûlaprakriti o lado de Substância. Ambos são o Ilimitado, para além de Brahman. A um nível macrocósmico, Parabrahman não deve ser considerado uma entidade, por mais vasta e sublime que seja, porque uma entidade é sempre limitada e finita e Parabrahman significa para além de Brahman, sendo este o Absoluto Cósmico, a mais elevada entidade divino-espiritual de uma hierarquia, representada por um Universo ou Cosmos. Assim, Parabrahman entendido como AQUILO que É para além de Brahman, é aquela infinitude, o incompreensível TODO que está acima de toda a compreensão humana e mesmo de Brahman, o Absoluto e originador cósmico. Parabrahman engloba todos os Absolutos Cósmicos (todos os UNS). Como expresso no Bhagavad Gîtâ [5]:   “… não se deve supor que o Logos é apenas um centro de energia manifestado de Parabrahman; há inumeráveis centros de energia no seio de Parabrahman… e o seu número é quase infinito.” [6]   Os Absolutos Cósmicos (UNS Cósmicos) são as mónadas cósmicas e a multiplicidade de outras mónadas em estágios evolutivos menos adiantados que os integram e constituem. Qualquer coisa ou ser, por mais vasto que seja, é sempre relativo a qualquer outra coisa ou ser. Cada Absoluto Cósmico é o mais elevado membro da sua própria hierarquia, o UM do qual todas as subsequentes diferenciações emanam, desde as mais elevadas até às mais inferiores, desde os Deuses aos elementais. Cada um destes Absolutos Cósmicos é uma mónada cósmica, uma entidade que atingiu um estado de evolução tal, que se libertou, há muito, de toda a escravidão dos seus princípios inferiores e é agora originador e sustentador de mundos. Eles são a mais elevada divindade ou a Testemunha Silenciosa da Hierarquia de Compaixão (Dhyân-Chohâns) que forma o lado de luz dos inumeráveis Universos que se manifestam no seio D’AQUILO.   “A Doutrina Secreta ensina o progressivo desenvolvimento de todas as coisas, tanto dos mundos como dos átomos… O nosso “Universo” não passa de uma unidade em um número infinito de Universos, todos eles “Filhos da Necessidade”, elos da Grande Cadeia Cósmica de Universos, cada qual em relação de efeito com o que o precedeu, e de causa com o que lhe sucede ” [7]   Há uma enorme diferença entre os inumeráveis Absolutos UNS e AQUILO, a Infinidade. Esta, não é o Absoluto e não é o Não-Absoluto; absoluto qualifica, adjectiva, tem atributos, e isso implica limitação. Não se pode falar de atributos da infinidade; não é consciente nem é não-consciente porque estes são atributos próprios da manifestação, relativos portanto aos seres e coisas finitas. A primeira das 3 proposições fundamentais de A Doutrina Secreta [8] fala-nos da existência desse,   “…principio Omnipresente, Sem Limites e Imutável, sobre o qual toda a especulação é impossível porque transcende o poder da concepção humana e porque toda a expressão ou comparação da mente humana não poderá senão diminui-lo.”   E postula: “Há uma realidade Absoluta, anterior a tudo o que é manifestado ou condicionado. Esta Causa Infinita e Eterna … é a Raiz sem Raiz de “tudo quanto foi, é e será”. É desprovida de todo e qualquer atributo, e permanece essencialmente sem nenhuma relação com o Ser manifestado e finito. É a “Asseidade … e está fora do alcance de todo o pensamento e especulação.”   Esta Asseidade é simbolizada na Doutrina Secreta sob 3 aspectos:

  • O ESPAÇO Abstracto entendido como Substância/ Consciência/ Vida. Hostes de hierarquias criadoras em diversos estágios de evolução.
  • MOVIMENTO Abstracto absoluto. Este aspecto é conhecido também pela designação de “O Grande Alento” ou o Grande Sopro.
  • DURAÇÃO.

Parabrahman, a Realidade Una e Absoluta, é pois o campo da Consciência Absoluta e, tal como O Movimento e a eterna Duração, não teve princípio nem tem fim. É o eterno e imortal ESPAÇO/ MOVIMENTO/ DURAÇÃO.   “Que é que foi e será… haja ou não um Universo, existam ou não Deuses?” – pergunta o Catecismo Esotérico Senzar. E a resposta é: “O Espaço” [9]     Os 3 Aspectos D’AQUILO: [10]   - ESPAÇO Abstracto - MOVIMENTO - DURAÇÃO   A cosmogonia hindu fala-nos também da expiração e da inspiração de Brahman, a Divindade Cósmica Incognoscível, de onde os mundos promanam e onde, mais tarde e após um período de actividade manvantárica [11], se recolhem. Segundo a Doutrina Secreta. (D.S. Vol. I, pág. 106)   “ O aparecimento e o desaparecimento do Universo são descritos como a expiração e a inspiração do Grande Sopro, que é eterno e que, sendo Movimento, é um dos 3 aspectos do Absoluto… Os outros dois são o Espaço Abstracto e a Duração. Quando o Grande Sopro expira, é chamado o sopro Divino e considerado como a respiração da Divindade Incognoscível – a existência Una –, emitindo esta, por assim dizer, um pensamento, que vem a ser o Cosmos. De igual modo, quando o Sopro Divino é inspirado, o Universo desaparece no seio da Grande Mãe,[12] que então dorme “envolta em suas Sempre Invisíveis Vestes” [13]   Quando o Grande Sopro expira, Brahman exala o Universo que, daí em diante, aparece como Brahmâ com o seu véu de Âkâsha [14]. O manvantara cósmico é o tempo de vida de Brahmâ[15]. Quando este tempo chega ao fim, tem início o Pralaya cósmico. Brahmâ reentra na sua essência espiritual que é Brahman; a inspiração do Grande Sopro leva o espaço manifestado a recolher-se e a desaparecer na potência do ESPAÇO Abstracto. O Universo manifestado recolhe-se nas “Adormecidas Águas da Vida”, Caos, Mûlaprakriti, Substância Primordial com o espírito latente. A Antiga Sabedoria sustenta que estes 3 aspectos D’AQUILO são essencialmente UM. No entanto, devido às limitações que resultam da evolução dos seres e entidades durante a manifestação manvantárica, vemos a DURAÇÃO dividida em períodos de tempo; o ESPAÇO Abstracto diferenciado em unidades de espaço manifestado (hierarquias de substância/ consciência), expressando-se em pequenos e grandes rios mentais de seres conscientes, que vão do mais divino dos divinos às entidades mais materiais. É esta divisão ilusória, ou manifestação de seres conscientes em diferentes patamares evolutivos, que gera a maravilhosa variedade de seres e formas que nos rodeiam e que produzem em nós a ilusão de que estamos separados de tudo o mais, e de que o escoar do tempo é uma coisa, o espaço é outra e a consciência é algo totalmente diferente das duas anteriores. Segundo H. P. Blavatsky, a Antiga Sabedoria divide a eterna DURAÇÃO em dois tempos, por assim dizer: o tempo eterno incondicional Universal ou númeno do tempo finito e o tempo condicionado como sendo um fenómeno que aparece periodicamente como consequência de Mahat (mente cósmica condicionada pelo Manvantara). Apesar da mente cósmica (consciência), do tempo e do espaço serem expressões do mesmo UM, eles aparecem como entidades diferentes durante os períodos manvantáricos. Esta divisão do UM em muitos é aquilo que na Antiga Sabedoria se chama de Maha-Maya. Quando, após um manvantara, todos os universos manifestados retornam à sua condição primordial espiritual, os muitos reentram no UM. A Manifestação dissolve-se na homogeneidade espiritual primordial: o espaço desaparece, o tempo deixa de existir e a mente cósmica volta à mente Universal.   Sloka 2: O Tempo não existia, porque dormia no Seio Infinito da Duração Sloka 3: A Mente Universal não existia, porque não havia Ah-hi (Legiões de Dhyân-Chohâns) para contê-la

D.S.VOL. 1 - Estância 1- A Noite do Universo

Mûlaprakriti: Sloka 1: “O eterno Pai (o Espaço) envolto em suas Sempre Invisíveis Vestes, havia adormecido uma vez mais durante Sete Eternidades” [16]   O “Pai”, o Espaço, é a causa eterna, omnipresente, a incompreensível divindade, cujas “invisíveis vestes” são a raiz de toda a substância e do próprio Universo. As “invisíveis vestes” representam o númeno da Matéria cósmica não diferenciada, Mûlaprakriti dos Hindus, a fonte de onde irradia o Akâsha (véu de Brahmâ)[17]. Não é a matéria tal como a conhecemos mas a sua essência espiritual, co-eterna com o ESPAÇO Abstracto, entendido como Consciência, Substância e Vida.   “O Espírito (ou Consciência) e a matéria (Substância) devem ser, no entanto, considerados não como realidades independentes mas como duas facetas ou aspectos do Absoluto (Parabrahman) que constituem a base do ser condicionado, seja subjectivo ou objectivo.” “Parabrahman, a Realidade Una, o Absoluto, é o campo da Consciência Absoluta.” “A Substância-Raiz pré-cósmica (Mûlaprakriti) é o aspecto do Absoluto que serve de “substratum” a todos os planos objectivos da natureza.” “… o contraste entre estes dois aspectos do Absoluto (Parabrahman) é essencial para a existência do Universo manifestado…”

D.S. Vol. 1 - Cosmogénese (pág.82/83)

  Mûlaprakriti é, pois, a outra face D’AQUILO (o ESPAÇO Abstracto), a Substância-Raiz que constitui a base material de qualquer hierarquia ou Universo.   O ESPAÇO dos espaços [18]   “ESPAÇO … é, na realidade, o continente e o corpo do Universo, com os seus Sete Princípios. É um Corpo de extensão ilimitada, cujos princípios, segundo a fraseologia ocultista, só manifestam no nosso universo fenomenal a estrutura mais densa das suas subdivisões.”

D.S. Vol. 2 - Chaos, Theos, Kosmos (pág. 49)

  Na visão da Antiga Sabedoria, o ESPAÇO é muito mais do que um mero contentor. É a essência fundamental e não apenas o campo da vida ilimitada e da mente sem fronteiras, mas é, na realidade, aquilo de que é feita a consciência, a substância e a vida. O ESPAÇO é septenário, e porque é uma grande teia constituída por uma infinidade de hierarquias criadoras, ele é essas mesmas hierarquias, desde a super divina à mais sub-material. Sendo septenário (multidimensional), devemos considerar aquilo a que podemos chamar de espaços (sub-espaços) dentro do ESPAÇO. Não somente o campo ilimitado do espaço físico (externo) mas os incomparavelmente mais importantes, porque são a causa dos externos, os ilimitados espaços internos.   “O ESPAÇO é a extensão interna e ascendente em direcção ao Espírito e para além em direcção ao abismo profundo do Divino.”

  1.                                                             Purucker - Fountain Source of Occultism (pág. 75)

Ou, segundo H.P. Blavatsky:

“ … é no espaço que residem  os poderes inteligentes que, invisíveis, regem o Universo.”                                                                                                                                                        D.S. Vol. 4 (pág. 69)

Do ponto de vista esotérico, só faz sentido falar em comprimento, largura e profundidade em relação ao Espaço manifestado, físico. O ESPAÇO, a Grande Mãe, é descrito existindo sob 2 formas:

  • ESPAÇO Abstracto: Sem fronteiras, ilimitado, sem forma, sem princípio nem fim. Hierarquias monádicas em diferentes graus evolutivos recolhidas no seio da Grande Mãe. É uma referência ao lado divino-espiritual do SER, D’AQUILO.
  • Espaço manifestado: aglomerado de mónadas em manifestação, sejam um cosmos, um sistema solar, um átomo ou um homem; parte de ESPAÇO Abstracto em manifestação, que se recolhe quando o seu período de actividade chega ao fim. Seja o que for que faça a sua aparição no campo do Ilimitado, um aglomerado de galáxias ou uma partícula elementar, o seu tempo de manifestação, de existência temporal, tem um fim e, nesse sentido, todo o Espaço manifestado é temporário, perecível, ilusório, é Maya.

Interpenetrando o nosso espaço físico, há um espaço mais etéreo, com os seus mundos e os seus sóis, os seus planetas, cometas e nebulosas; globos com os seus habitantes. Dentro deste segundo espaço, há ainda um mais fino, um mais etéreo e espiritual, causa dos dois anteriores. Cada um destes espaços internos, sendo o progenitor dos espaços externos que dele emanam é, por sua vez, a progénie de um espaço mais interno do qual brotou. Podemos conceber espaços dentro de espaços; para dentro e para fora (mais etéreos e mais materiais) indefinidamente. Isto é o que se designa por espaços do ESPAÇO. Vemos então porque é que o ESPAÇO – espaço infinito, complexo, septenário – é uma plenitude, pois não há ponto algum, interno ou externo, que seja vazio. Os espaços mais internos, longe de não existirem, são a causa, as raízes ocultas, do que é externo. Eles são a causa, o númeno do qual o espaço externo à nossa volta é o fenómeno. Por outras palavras, o visível físico como efeito do invisível metafísico. Dizemos que não existem porque não os detectamos. A nossa consciência está polarizada nos níveis onde evoluímos e, no caso do mundo físico, só temos acesso directo ao que é material. No entanto, tais mundos internos existem; não os vemos, ouvimos, cheiramos ou tacteamos mas eles estão à nossa volta e dentro de nós, da mesma forma que nós estamos neles, à volta deles, com eles, porque é deles que vem a substância, a vitalidade, a vida, o movimento, a morte … tudo. Os invisíveis espaços internos fazem do espaço que nos rodeia, ainda que nos pareça vazio, uma plenitude de substância, vida, consciência, movimento. Quando olhamos o céu, seja à vista desarmada ou através do mais potente telescópio óptico, apercebemo-nos que o Universo é imenso e está povoado por biliões de galáxias dispostas numa mega estrutura reticular, semeada de imensos vazios cósmicos. Neste sentido, mesmo sem considerar os imensos vazios cósmicos, o Universo é uma plenitude de formas e estruturas materiais. No entanto, sabemos que aquilo que vemos e detectamos representa apenas 4% do conteúdo total de matéria e energia do Universo. A ciência diz-nos que os 96% que faltam, a matéria e a energia escuras, são invisíveis, indetectáveis e, para já, incompreensíveis. O espaço cósmico fervilha de actividade quântica, responsável pela materialização das partículas elementares que constituem as coisas, os seres e os mundos. Assim, aquilo que para nós é o vazio cósmico não passa também de uma plenitude energética que é responsável pela evolução e destino do Universo visível. No entanto, segundo os ensinamentos ocultistas, toda esta plenitude de matéria e energia não passa da expressão mais externa das camadas do SER, a que se dá o nome de universo material ou mundo físico. Considera-se que o mundo físico não é mais do que as vestes exteriores que escondem os mundos invisíveis causais que se estendem para dentro e para cima em direcção ao abismo espiritual do SER. Isto é o que se chama de plenitude do ESPAÇO ou o vazio do ESPAÇO – duas formas de dizer a mesma coisa. O Ilimitado, essa infinitude do ESPAÇO envolvente visível e invisível, está para além da nossa compreensão. Não tem forma nem fronteiras mas é, no entanto, o útero cósmico gerador de todos os universos, pequenos ou grandes, que vêm à manifestação. A 2ª proposição da Doutrina Secreta [19] chama-lhes “as Estrelas que se manifestam” ou as “Centelhas da Eternidade”. Assim, o ESPAÇO Abstracto é, simultaneamente e em toda a sua ilimitada extensão, Consciência, Substância, Vida. Todo o ESPAÇO é vivo, palpitando de incessante actividade (Movimento). Cada ponto [20] do ESPAÇO infinito pode ser visto como um centro de consciência/ substância, uma mónada, uma entidade divina da qual nós vemos apenas a sua parte material e energética, e atrás da qual está a vida e a inteligência causais. Os agregados de mónadas que constituem o ESPAÇO podem estar activas – participando em algum manvantara –, ou cristalizadas no seu estado de bem-aventurança à espera que desperte o impulso íntimo, o desejo de uma vida senciente, que as impulsione de novo para a manifestação. A nossa Galáxia – Via Láctea –, em toda a sua extensão (100 000 anos-luz de diâmetro), não só está contida no espaço que a contém mas é a expressão mais externa do próprio espaço interno que a manifesta; sendo um agregado de entidades, tem as suas características próprias que a diferenciam de todas as outras galáxias, e está contida numa outra unidade cósmica maior que, por sua vez, tem a sua própria identidade e integra uma estrutura cósmica de maiores dimensões. Em sentido oposto, cada Galáxia é constituída por muitos sistemas solares, cada um dos quais é uma unidade espacial (um sub-espaço) dentro do espaço da Galáxia que a contém. O nosso sistema solar não só está contido no sub-espaço que o contém mas é a manifestação externa desse sub-espaço menor dentro do espaço maior da galáxia. O mesmo se passa com os planetas, com a Terra. Ela ocupa, ela é, o sub-espaço dentro de um outro sub-espaço maior que é o Sistema Solar.   Mónadas / ESPAÇO dos espaços   Consciência, tal como a entendemos, é a capacidade de perceber e percepcionar; de pensar o Mundo, de o questionar e transformar; de pensarmo-nos e de nos questionarmos a nós próprios. Cada ser existe graças a um centro de consciência. Todas as diferentes manifestações de vida, na sua essência mais profunda, são centros de consciência em manifestação. Estes centros de consciência são as mónadas da Teosofia. São unidades indivisíveis e inseparáveis da Consciência/ Substancia Universal (Parabrahman/ Mûlaprakriti) que é a fonte de todas as vidas: AQUILO. Sendo indivisível e inseparável D’AQUILO, a mónada é, também ela, consciência e substância a um só tempo, tal como a fonte de onde tudo emana e para onde tudo converge após um dia de manifestação (manvantara).   “… A identidade fundamental de todas as Almas com a Alma suprema Universal, sendo esta última um aspecto da Raiz Desconhecida; e a peregrinação [21] obrigatória para todas as Almas, centelhas daquela Alma Suprema, através do Ciclo de Reencarnação, ou de Necessidade … nenhuma Alma Divina pode ter uma existência consciente independente, antes que a centelha, emanada da Essência pura do Sexto Principio Universal – ou seja a ALMA SUPREMA – haja passado por todas as formas elementais pertencentes ao mundo fenomenal do Manvantara, e adquirido a individualidade, primeiro por impulso natural e depois à custa dos próprios esforços conscientemente dirigidos e regulados pelo Carma, escalando assim todos os graus de inteligência, desde o Manas inferior até ao Manas superior, desde o mineral e a planta ao Arcanjo mais sublime.”

3ª Proposição de A Doutrina Secreta (D.S. Vol. 1., pág. 84)

  No seio D’AQUILO, todas as mónadas – inteligências divinas espirituais – têm consciência absoluta. Ao primeiro sinal de diferenciação, “… quando o relógio cósmico dá as horas e “A última Vibração da Sétima Eternidade palpita através do Infinito”[22]as mónadas são apartadas de acordo com o seu grau evolutivo obtido em anteriores manvantaras. As mais evoluídas constituem o lado de consciência do universo prestes a surgir. São o lado de luz das hierarquias, os “resplandecentes filhos da aurora manvantárica”, os Dhyân Chohâns. As menos evoluídas constituem o lado de substância; formam os planos, os mundos e os veículos de manifestação das mónadas mais adiantadas.   Hierarquias do Universo   O Universo, visível e invisível, é constituído por hierarquias, grupos de entidades vivendo e trabalhando juntas, partilhando de uma aventura mais ou menos comum. Estas estruturas hierárquicas estendem-se a toda a Infinitude Cósmica. Há hierarquias no Ilimitado que já evoluíram até ao estado próximo da Divindade, no limiar de Parabrahman; outras, porém, encontram-se no estado da maior materialidade. Enquanto umas entram no estado Paranirvânico para, em aeons futuros, iniciarem um novo curso de evolução em patamares de consciência mais elevados do SER, outras, mais atrasadas, fazem a sua entrada em cena, em Universos ainda muito distantes do mistério espiritual d’AQUILO.   Infinitos Brahman’s   O seu número é infinito, das mais variadas características e individualidades. No entanto, todos juntos, especialmente nas suas vertentes mais elevadas, constituem o lado de luz do SER, d’AQUILO. Chamá-los de Deuses não é esclarecedor, pois o Universo está repleto de Deuses. Cada homem é, na sua mais íntima essência, um Deus; cada átomo do mundo mineral é, também, um Deus; cada formiga, cada Sol que brilha no espaço galáctico, cada galáxia ou aglomerados de galáxias, representam também a manifestação física de entidades espirituais. Todos têm a mesma origem e natureza fundamentais, todos são centelhas d’AQUILO; todos são pequenas e grandes ondas no ilimitado Oceano de Vida do ESPAÇO Abstracto, entendido como Substância/ Consciência/ Vida.   “A lei fundamental da Ciência Oculta é a unidade radical da essência última de cada parte constitutiva dos elementos compostos da Natureza, desde a estrela ao átomo mineral, desde o mais elevado Dhyân Chohân ao mais humilde dos infusórios [23], na completa acepção da palavra, quer se aplique ao mundo espiritual quer ao intelectual ou físico” [24]   Parabrahman e Mûlaprakriti significam simplesmente o ESPAÇO Ilimitado, com todas as hostes de seres que o constituem e nele residem. Em qualquer um dos pontos do Ilimitado ESPAÇO, um Logos pode saltar para a manifestação vindo de um Pralaya, aqui, ali, ou em qualquer lado: milhões destes logoi podem, neste momento, estar a despertar para novos Manvantaras, e outros tantos podem, simultaneamente, estar a entrar em Pralaya. Nas antigas cosmogonias, o início da evolução cósmica era geralmente descrito pela expressão “No início era AQUILO”; este início não significa o começo absoluto da Infinitude mas apenas um dos muitos inícios no seio da eterna DURAÇÃO. Os Logoi (as inumeráveis mónadas cósmicas) surgem no seio D’AQUILO, e desses logoi despontam as hierarquias – seja uma hierarquia cósmica ou um sistema solar, um ser humano ou uma partícula elementar, eles próprios logoi dos universos que trazem à existência. No interior e constituindo a natureza mais sublime de cada um destes logoi e de cada uma das hierarquias que o integram e com ele se manifestam, está aquele mistério dos mistérios que os antigos sábios chamavam de AQUILO. Este é o inominável, tão distante da intuição do mais elevado dos Deuses dos universos manifestados como da compreensão e entendimento de qualquer ser humano. É a infinitude da Vida sem fronteiras, a DURAÇÃO sem princípio nem fim, o incessante MOVIMENTO e a total e incompreensível Vida sem limites que para sempre É.   Espaço em expansão ou Espaço que se desdobra?   Os Slokas 1, 2 e 3 da Estância III de “O Despertar do Cosmos” de A Doutrina Secreta [25], parecem indicar que o Universo não nasceu de um ponto infinitesimal, uma singularidade, como sustenta a Teoria do Big-Bang, porque a vibração se estende simultaneamente a todo o Universo que vai despertar, ou seja, a toda aquela região (espaço) do ESPAÇO Abstracto que não só contém em latência o Universo mas que é, em todas as suas dimensões, o próprio Universo por desdobrar. A progressiva transformação, que se traduz em sucessivas mudanças de estado da substância/ consciência primordial, leva a subjectividade ilimitada a manifestar-se na forma de objectividade condicionada. A “fotografia latente do Universo” existente num dado sub-espaço do Espaço Abstracto revela-se progressivamente, culminando no Universo físico que observamos. Os mundos, para além de ocuparem uma determinada região (espaço) do ESPAÇO Abstracto, são o resultado da sua precipitação em níveis de manifestação de densidade crescente. E há infinitos espaços (hierarquias cósmicas) no seio da Asseidade, no seio D’AQUILO. A nossa Galáxia (Via Láctea) em toda a sua extensão (100 000 anos-luz de diâmetro), com os seus 200 000 milhões de sóis, não só ocupa o espaço que a contém mas é o próprio ESPAÇO desdobrado. Sendo um agregado de entidades, cada uma delas ocupa e é o seu próprio sub-espaço dentro do espaço maior da hierarquia a que pertence. Cada uma das hierarquias, como o Sol, a Terra e os restantes planetas, o homem, a formiga e o átomo, tem as suas características próprias, (o seu Svabhavât) que a diferencia de todas as outras, e é um sub-Espaço do Espaço maior que a contém.   Sloka 1: “… A última Vibração da Sétima Eternidade palpita através do Infinito (a). A Mãe intumesce e se expande de dentro para fora, como o botão e Lótus.” [26] A expansão da Mãe, também chamada “Águas do Espaço”, “Matriz Universal”, Caos, etc,  de “dentro para fora”, não significa o expandir de um pequeno centro ou foco, mas o desenvolvimento da subjectividade sem limites para uma objectividade também ilimitada, sem referência a magnitude, termo ou áreaQuer isto dizer que, não sendo tal expansão um aumento de magnitude, porque a extensão infinita não admite nenhum aumento, era uma mudança de estado.”  [27] “Fohat é o mensageiro veloz dos Dhyân Chohâns e aquele que faz os protótipos ideais expandirem-se de dentro para fora” [28]     Por outras palavras, a expansão parece referir-se à emanação ou desdobramento, a partir das esferas ou planos mais elevados – planos espirituais –, de sucessivos mundos que, no seu conjunto, constituem o SER, entendido como uma Hierarquia de seres. No extremo inferior desse desdobramento encontram-se os mundos, planos ou esferas mais materiais. Algures, no ponto médio de cada ciclo evolutivo, inicia-se o processo inverso. Os mundos inferiores, mais materiais, desmaterializam-se, as forças de agregação deixam de exercer a sua influência e, gradualmente, se subsumem nos que lhe estão hierarquicamente acima e lhes deram origem. No processo de recolhimento, os mundos ou planos mais inferiores eterizam-se e recolhem-se nos planos acima, de onde brotaram. Assim, a expiração e a inspiração podem referir-se ao desdobramento do Um em muitos, e a subsequente reabsorção dos muitos, da diversidade, no Um, na unidade, quando o ciclo de manifestação global em questão terminar. No entanto, dentro de cada ciclo manvatárico maior, outros ciclos menores acontecem. Há assim, em cada momento, num particular Universo ou no seio do SER, mundos em expansão enquanto outros estão em recolhimento, mundos que “aparecem” enquanto outros “desaparecem”, mundos que “sobem” enquanto outros “descem”. O Universo recolhe-se para dentro e para cima em direcção aos seus planos espirituais mais elevados, onde, no estado de Paranirvâna, todas as hostes de seres que o constituem, desde os Deuses mais sublimes aos átomos mais elementares, passam, “eons” em “adormecimento ou sonolência”, que é, no entanto, intensa actividade espiritual e mental, característica dos planos mais elevados da essência cósmica. Uma tal bênção Paranirvânica dura por “7 eternidades”, durante as quais toda a manifestação é banida da existência. A involução e a evolução dos mundos não significa que o espaço saltou para a existência a partir do nada, que se expande como um elástico para posteriormente se contrair e desaparecer em coisa nenhuma, como sustentam os defensores da teoria do Big-Bang. Na perspectiva Teosófica são os mundos “dentro do espaço” – estrelas, planetas, galáxias e aglomerados galácticos, buracos negros e partículas elementares – que se materializam e eterizam, que aparecem e desaparecem como o “ritmo periódico das marés” [29]. Os nossos órgãos sensoriais permitem-nos perceber apenas os planos de existência e os objectos que são compostos de matéria. Cada ser está polarizado no(s) plano(s) em que se manifesta e, para ele, só existe aquilo que, no mesmo plano, tem a mesma constituição. Cada ser só tem consciência das realidades do(s) plano(s) onde evolui. No entanto, se a matéria do nosso plano físico, do nosso Universo, aquela que conhecemos, não é mais do que uma das infinitas gradações possíveis da Substância (seja mais subtil ou mais grosseira do que aquela que conhecemos), então devem existir incontáveis mundos e planos, sejam eles mais materiais ou mais etéricos do que o nosso. Mundos que se interpenetram e interagem mas que estão além da nossa percepção. É esta totalidade de mundos dentro de mundos, de coisas dentro de outras coisas, de seres dentro de outros seres que enchem os mundos visível e invisível que são o próprio ESPAÇO Abstracto manifestado. Na aurora de um novo ciclo de manifestação, quando o impulso para a manifestação surge no âmago do Ser, em certas “regiões férteis” do Espaço, a Substância/ Consciência adormecida desperta para um novo ciclo de actividade. A Substância Primordial (as “adormecidas águas da vida”) começa a diferenciar-se e a condensar-se em Galáxias, Estrelas e Planetas. Assim que os vários Planos e Globos – o Palco de evolução – tenham sido formados pelos reinos elemental e mineral, guiados pelos reinos mais espirituais dos Dhyân-Chohâns, os outros reinos da Natureza – vegetais, animais, humanos e sobre-humanos – fazem, gradualmente, a sua aparição nesse palco previamente preparado pelos reinos que os antecederam. Os seus protótipos astrais são, uma vez mais, despertos, e a sua materialização fornece, de novo, habitação às mónadas que as animam. Mónadas que, porque mais adiantadas no percurso evolutivo, carecem de veículos de substância mais elaborados – constituídos por outras mónadas mais atrás no processo evolutivo mas com as mesmas potencialidades latentes por desdobrar – que constituem os véus com que se cobrem num particular manvantara. Em todo o caso, todos beneficiam da manifestação: os menos evoluídos, porque participam na evolução da vida dos mais adiantados, e estes porque beneficiam da participação dos primeiros que, mais atrás, constituem o seu palco de evolução e os veículos de manifestação que lhes permite aproximarem-se do insondável abismo espiritual do SER.   Fernando Nené Licenciado em Microfísica e em Engenharia


[1] TAC – (Tomografia Axial Computorizada); PET (Positron Emission Tomography); Ciclotrão (acelerador de partículas LHC): http://public.web.cern.ch/public/en/lhc/lhc-en.html [2] Veja-se Biosofia nº 2, artigo “O Código Genético do Universo”, Liliana Ferreira. [3] O resultado de uma medida efectuada numa parte de um sistema quântico pode afectar instantaneamente o resultado da medida efectuada noutra parte do mesmo sistema, independentemente da distância que separa as duas partes. [4] David Bohm, físico norte-americano que se destacou nas áreas da mecânica quântica e relatividade. Desenvolveu a teoria da ordem implícita como causa profunda da ordem explícita manifesta dos fenómenos visíveis. Autor do livro “Wholeness and the Implicate Order”. Bohm sugeriu também que o Universo pode ser visto como um holograma gigante em movimento ou “holomovement” que contém uma ordem implícita em cada região do espaço e tempo. A ordem explícita do mundo manifesto é o desdobrar dessa ordem implícita a partir de níveis mais elevados de realidade, e a aparente estabilidade e materialidade dos objectos e entidades que compõem o mundo visível são gerados e mantidos por um processo contínuo de desdobramento e envolvimento, já que as partículas subatómicas são constantemente reabsorvidas pela ordem implícita e de novo materializadas, gerando a ordem explícita. [5] Bhagavad Gîtâ “Canto do Senhor” ou “Canção Sublime” é o 6º e mais conhecido livro do Mahâbhârata (grande poema épico da cultura indiana – 18 livros) e descreve, na forma de diálogo metafísico entre Krishna e Arjuna, a trágica condição humana, na véspera de uma aterradora batalha fratricida entre dois ramos de uma mesma família – Os Kurus e os Pandavas. Mais do que uma história, o Bhagavad Gîtâ é uma história simbólica com profundo significado moral e filosófico. [6] A Doutrina Secreta (D.S.) Vol. 1. Cosmogénese (Ed. Pensamento) - Estância V- Fohat: O filho das hierarquias criadoras (pág. 181) [7] D.S. Vol. 1. Cosmogénese - Estância 1, Sloka 6 ( pág. 106) [8] D.S. Vol. 1. Cosmogénese; pág. 81 [9] D.S. Vol. 1. (Ed. Pensamento) - Cosmogénese (pág. 77) [10]  Fountain Source of Occultism - G. de Purucker (págs. 81/82) [11] Manvantara é um termo usado para referir um período de actividade ao qual está associado um período de tempo, grande ou pequeno. [12] O ESPAÇO é chamado a Grande Mãe, antes da sua actividade cósmica, e Pai-Mãe no primeiro estágio do despertar. [13] Muitas vezes, traçam-se paralelos entre a ideia expressa na Doutrina Secreta e o Universo fechado Oscilante, que se contrai e expande de forma alternada, tal como previsto pela Teoria do Big-Bang. Contudo, parece haver outras interpretações. Note-se que, apesar da imensa popularidade, o modelo do Big-Bang tem sido muito contestado e atacado nos seus pilares de sustentação (Desvio para o Vermelho, Radiação Cósmica de Fundo e abundância relativa dos elementos leves, Hidrogénio, Deutério, Hélio e Lítio) face às observações experimentais efectuadas por um número crescente de astrónomos profissionais. [14] Subtil, supersensível essência espiritual, que preenche e penetra todo o espaço. Glossário Teosófico, 4ª edição; editora Ground. [15] Manvantara: período de tempo de manifestação ou actividade de um universo grande ou pequeno, em oposição a Pralaya, que representa um período de repouso ou dissolução. Termo aplicado a ciclos. Há ciclos dentro de ciclos, ou seja, durante um manvantara maior pode haver manvantaras e pralayas menores. [16] D.S. Vol. 1. Estância I - A Noite do Universo (pág. 100) [17] D.S. Vol. 1. Cosmogénese (pág. 85) – … Depois de um Pralaya, quer seja o Grande Pralaya ou o Pralaya Menor – deixando, este último, os mundos em status quo -, o primeiro a despertar para a vida activa é o plástico Akâsha, o Pai-Mãe, o espírito e a alma do éter. Não são os organismos físicos, e muito menos os seus princípios psíquicos, o que permanece em status quo durante os Grandes Pralayas cósmicos ou mesmo solares, e sim as suas “fotografias” Akâshicas ou astrais. Mas, durante os Pralayas menores, os planetas, uma vez envolvidos pela “Noite”, continuam intactos, apesar de mortos… [18] G.Purucker, Fountain Source of Occultism (pág.74) [19] D.S. Vol. 1. Cosmogénese (pág.84); ed. Pensamento [20] Significa cada região do ESPAÇO que constitui uma hierarquia. Do ponto de vista da Infinidade do ESPAÇO (AQUILO), qualquer espaço (ou hierarquia), por maior que seja (sistema solar, galáxia, ou aglomerado galáctico, ou até o nosso Universo), não passa e um ponto quando comparado com a imensidão D’AQUILO. [21] Peregrino é o nome dado à nossa Mónada durante o seu ciclo de encarnações. É o único princípio imortal e eterno que existe em nós, sendo uma parcela indivisível do todo integral, o Espírito Universal, de que emana e em que é absorvido no final do ciclo. [22] D.S. Vol 1 - Sloka 1 - A ideia da diferenciação (pág. 121) [23] Antigo nome dos protozoários, ramo dos ciliados, que podem desenvolver-se em infusões vegetais. São muito utilizados na alimentação de peixes recém nascidos. [24] D.S. Vol.1.- Cosmogénese (pág. 169) [25] D.S. Vol.1 (págs 121 a 123) [26] D.S. Vol. 1 (pág. 121) [27].D.S. Vol. 1 (pág. 122) [28]D.S. Vol. 1 (pág. 123) [29] Conforme a 2ª Proposição da A Doutrina Secreta, “A eternidade do Universo ‘in toto’ como plano sem fronteiras; periodicamente cenário de Universos inumeráveis incessantemente se manifestando e desaparecendo, chamados as “estrelas que se manifestam” e “ as centelhas da eternidade”. A “eternidade do Peregrino” é como o abrir e fechar de olhos da existência-por-si-mesma (Aquilo, a Asseidade). Segundo o Livro de Dzyan, “o aparecimento e o desaparecimento dos mundos é como o fluxo e refluxo periódico das marés”.

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