Isabel Nunes Governo.

Isabel Nunes Governo nasceu em Lisboa, em 1951. A sua ligação ao CLUC começou algum tempo depois da fundação da organização, tendo ocupado o cargo de Vice-Presidente, quase ininterruptamente, desde 1993 até à sua morte, em dezembro de 2023.

De natureza reservada e tímida, por isso menos exposta e conhecida, quem teve a ventura de com ela privar, ainda que apenas na preparação e realização de atividades do CLUC, adivinhava facilmente a mulher, a esposa, a mãe extremosa e dedicada, atenta a todos e a múltiplos pormenores. 

O seu sentido estético, harmonioso e artístico eram notáveis, o que tantas vezes deu aos eventos do CLUC, para além da tocante vivência da fraternidade que reconhecidamente possuíam, um toque de distinta, por vezes arrebatadora, beleza. 

A sua dedicação ao CLUC, sempre ancorada num sólido conhecimento teosófico e num permanente e profundo trabalho de investigação, foi essencial, sendo da sua responsabilidade quase todo o trabalho editorial das publicações do CLUC e, em particular, da revista Biosofia, de que era diretora.

Mas nem por sombras ficou por aí a sua intervenção. 

Como fica patente pelos seus escritos, tanto em livros como em muitos artigos na revista Biosofia, não existia tema demasiado complexo para ser abordado. Deixou-nos vários contributos muito interessantes, tanto na área da saúde e equilíbrio como na da intervenção cívica. Exultou, e de que maneira, a beleza da ordem matemática, a sabedoria dos números, a geometria do Cosmos e a magia das figuras geométricas. Debruçou-se sobre curiosidades e questões nos limites da Ciência e propôs reflexões muito sérias, ao iluminá-las com a Luz da Sabedoria Perene. Igualmente impressivos são os seus contributos na área da mitologia e da simbologia em diferentes tradições religiosas, procurando, nomeadamente, reencontrar chaves interpretativas e realçar a identidade fundamental dos seus significados como património comum da humanidade. Detinha um conhecimento e um domínio singulares de todos os assuntos que abordava.

Ao rever a variedade dos seus escritos, como tem sentido o subtítulo da Biosofia: “Para uma compreensão global da Vida, do Universo e do Homem”!