Budhismo Esotérico

14.50

Com efeito, o trabalho de Helena Blavatsky, a partir de 1875, foi um marco fundamental no ressurgimento e dinamização da Sabedoria Esotérica, pelo menos no que concerne à Europa e à América – e, por extensão, à Austrália e inclusive à África.

Ao mesmo tempo, apesar de a própria Helena Blavatsky escrito e feito publicar a extensa obra Ísis sem Véu, logo em 1877, nela não se encontra (nem houve a intenção de facultar no momento) um sistema integrado e completo. Muito menos a leitura desse livro, conquanto de inesgotável interesse e fascínio, pode ser considerada como de fácil apreensão.

Editado 1996.

Assim, constituiu o Budismo Esotérico a primeira exposição suficientemente clara e sistemática da Teosofia em livro, por tal motivo atraindo a atenção de um público mais vasto.

O seu autor, Alfred Percy Sinnett, tinha uma escrita clara, lógica, escorreita, linear, sucinta, depurada de ornamentos – e em muitos aspectos acessível. Daqui, em larga medida, resulta a valia da obra. Pontos mais abstractos e metafísicos – como os que mais tarde foram expostos na obra magna de Helena Blavatsky, A Doutrina Secreta – não foram eleitos por A.P. Sinnett para serem tocados e, muito menos, desenvolvidos. Deste modo, Budismo Esotérico é uma síntese de média dificuldade acerca de partes fundamentais do sistema teosófico, adequado para um número significativo de leitores.

Cumpre, entretanto, esclarecer o sentido do título desta obra. Nela não se trata especificamente de apresentar a contraparte esotérica do Dharma do Buda, vulgarmente designado por “Budismo”. O título parte de Budha, “Sabedoria ou Conhecimento”, palavra derivada da raiz sânscrita Budh, “conhecer”. O livro expõe, sim, alguns aspectos da Sabedoria – Esotérica – subjacente a todas as religiosidades exotéricas, não apenas à particular espiritualidade budista. Dito de outra forma, tratava-se de Budismo como Sabedoria pré-védica – e, assim, também muito anterior a Gautama –, de tal Sabedoria vindo o Bramanismo e o Budismo a constituir dois rebentos maiores, depois com sucessivos desdobramentos em emanações e influências noutros locais e tempos históricos, e passando pelo Zorastrismo, pelo Hermetismo, pela Cabala, pelo Judaísmo, pelo Gnosticismo, pelo Cristianismo, etc, etc. – verdadeiramente, uma Tradição-Sabedoria Universal! É isso que se entende por “Teosofia”.

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